segunda-feira, 16 de março de 2015

Diálogos Filosóficos

Com o objetivo de possibilitar um espaço de reflexão a partir das temáticas apontadas acima, no intuito de oportunizar a cada estudante, ouvir e expressar livremente suas proposições, argumentações e pontos de vista, o professor Paulo César promove na  próxima quarta-feira um encontro de discussão do projeto de filosofia e sociologia 'Diálogos Filosóficos".

Confira algumas temáticas do projeto: 

(In) Tolerância: A intolerância não para de crescer em todo o mundo. Religiosa, racial ou étnica, sua disseminação põe em questão as vitórias reais conseguidas pelo que ainda chamamos de civilização moderna.  Para introduzir a temática entre os estudantes do 3°ano do ensino médio levamos dois textos que abordaram o fato ocorrido, este ano, no jornal francês "Charlie Hebdo,". Os textos para análise foram: a) "Charlie Hebdo: uma reflexão difícil” (Boaventura de Souza Santos; "Eu não  sou Charlie,  je ne suis pas Charlie (Leonardo Boff)." Do livro  A Intolerância (Academia Universal das Culturas, 2000) utilizamos vários textos de diferentes autores abordando o problema da Intolerância sob diversos aspectos

Liberdade: A liberdade humana é um assunto complexo. A pergunta: Sou livre?, é inseparável da pergunta: O que é liberdade? A liberdade é uma experiência fundamental da nossa existência humana. Compreendida corretamente, ela não pode ser negada.  Portanto, a correta apresentação, em que sentido o homem é livre, já decide a questão, se o homem é livre ou não.  “Preferimos a seguinte conceituação da liberdade: Liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir ou sua omissão, respectivamente para este ou aquele agir”.

Ética: Este é um tema que está imbricado em nosso cotidiano e ao mesmo tempo problematizado pelos meios de comunicação. Falar sobre ética é pensar questões axiológicas essenciais da vida individual e coletiva.  Podemos partir do princípio que a ética é uma reflexão propriamente filosófica a respeito dos princípios axiológicos que orientam e fundamentam as ações morais.

A educação brasileira: uma via da desigualdade Social - Ações afirmativas (cotas nas universidades públicas): Qual o impacto do que se chama de democratização do ensino superior na vida dos egressos de escolas públicas? A democratização do acesso ao ensino superior pressupõe apenas o notório crescimento da oferta de vagas nas instituições públicas e privadas? Quem são os privilegiados do sistema que continuam tendo acesso prioritário aos cursos mais disputados? Houve mudança significativa nos processos de acesso ao ensino superior que pudesse expressar a presença de uma justiça mais equitativa nesta esfera? São questões que rondam e instigam nosso imaginário, sempre que colocamos o desafio de pensar coletivamente o acesso ao Ensino Superior na ótica da desigualdade social.  Segundo Walzer (2003, p.1) “A sociedade humana é uma comunidade distributiva”. Os bens é que são distribuídos ou trocados nos mais diversos mercados. Para ele, essa é uma marca fundamental da vida em sociedade, que condiciona e estabelece os papéis desempenhados. A vida social está marcada por uma pluralidade de sistemas de trocas dos bens que são produzidos socialmente. Nesse âmbito, diríamos que o ensino superior (ou a educação em geral) é um bem, ou um capital (como aparece nos distintos estudos e análises de Pierre Bourdieu), distribuído (ou herdado) por meio dos mecanismos meritocráticos de seleção.  Portanto, resolvemos trazer para o espaço de discussão a questão das cotas raciais nas universidades públicas. Todavia, estamos cônscios do espaço de tensão implícita em tal temática.
O estudo do GEA, (2012) aponta para a forma de segregação entre estudantes de graduação nas instituições brasileiras de ensino superior, evidenciando que “os cursos que possuem estudantes com pais de nível superior de escolaridade, são também, os que possuem estudantes mais brancos, mais ricos e oriundos de escolas privadas de ensino médio” (GEA, 2012). Outro dado significativo, trazido pelo GEA, e que pode ser colocado em comparação com o estudo de caso aqui abordado, é sobre a “cor” dos cursos encontrada nas universidades brasileiras: os mais brancos e os menos brancos. Lembramos que, segundo o IBGE, temos uma população de 48% que em 2010 se declarou branca.  Segundos dados do GEA, os cursos de graduação no Brasil têm a predominância da cor branca. A pergunta está colocada: Quais os espaços ocupados nas instituições de ensino superior pelos estudantes de cor preta (negros)?
  

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