domingo, 21 de abril de 2013

Margaret Thatcher: Meryl Streep e A Dama de Ferro, por Gabriel Ricardo


            Idolatrado por uns. Odiado por outros. Este é o típico perfil de um líder político de esquerda ou de direita, vivente neste pequeno e pálido ponto azul, ao qual carinhosamente nomeamos de planeta Terra.
             Há ainda esta crença incrustada na nossa história, na nossa política, nas nossas relações internacionais: o mundo divide-se entre esquerda e direita. Mocinhos e vilões. Tom e Jerry.
            Qual lado é detentor da verdade libertadora? Qual possui o revolucionário poder de revolucionar? Nenhum?
            Enfim, as perguntas acima nada mais são do que uma introdução, talvez uma provocação. Não é mais novidade para ninguém que no último dia 9, faleceu a ex Primeira-Ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher (1925-2013).
            Sua vida, suas fortes relações com a política e os dramas que envolvem essas relações ganharam, no ano de 2011, adaptação cinematográfica dirigida por Phyllida Lloyd e estrelada por uma das maiores musas do cinema mundial, Meryl Streep. 



            Este é o segundo trabalho em conjunto de Phyllida e Meryl Streep que, em 2008, trabalharam juntas na comédia musical Mamma Mia! – O Filme.

Meryl Streep, uma das maiores atrizes do cinema mundial, na minha opinião.

Gostaria de ressaltar aqui que os comentários que eu farei serão baseados no filme "A Dama de Ferro" que, sem dúvida nenhuma, foi produzido através de um ponto de vista favorável ao de Margaret Thatcher. Os filmes nem sempre projetam a realidade, até mesmo porque a realidade muitas vezes se apresenta de forma ambígua. Em todos os casos, meu objetivo aqui é apresentar-lhes o filme em questão, sendo que não tenho nenhum conhecimento aprofundado na política de Thatcher.

Filme: A Dama de Ferro (2011)
Pôster do filme "A Dama de Ferro", originalmente "The Iron Lady"

            O filme retrata muito bem os dramas pessoais da vida de Thatcher que, devido as suas críticas ferrenhas à União Soviética e sua forte oposição ao sistema político da época, recebeu da imprensa soviética o “carinhoso” apelido de Dama de Ferro.
            O filme começa apresentando-nos a uma Thatcher já idosa, doente e que vive conversando com seu falecido esposo, que lhe orienta nas situações do dia-a-dia e, juntos, relembram o passado ilustre de Thatcher, sendo que, às vezes, o próprio falecido explica-lhe situações que ela mesma nunca tinha compreendido.
            Muito mais do que um diálogo com seu finado marido, fruto do fato de ela nunca ter aceitado a morte dele, o filme retrata o diálogo de Thatcher com seus próprios fantasmas: já idosa e doente, ela dizia a si mesma que não se reconhecia e que gostaria de entender o que acontecera com aquela mulher inexorável e forte que fora um dia.
            Acredito que a evolução do filme acontece a partir deste pensamento: Thatcher revisita seu passado em busca das respostas que ela tanto precisa. Ela relembra sua juventude, as fortes inspirações que recebeu de seu pai, sua entrada no parlamento inglês e a eleição que a tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Independente de toda e qualquer crítica que exista contra ela ou seu modo de governo, é indispensável dizer que ela foi uma mulher de garra e de coragem. Ela quebrou barreiras, até então intransponíveis, de gênero e de classe social, adentrando o parlamento e ficando cara a cara com dezenas de homens que a viam como um ser inferior.
            É válido citar também que ser um líder é uma grande responsabilidade e Thatcher sabia disto. As decisões que ela tomou durante seu governo influenciaram o resto de sua vida, tornando-a uma mulher fechada e tirando-lhe noites e mais noites de sono. Pelo menos é esta a mensagem que o filme nos passa: as consequências de ser aquele ou, neste caso, aquela que toma as decisões difíceis. Alguém tem que tomá-las e alguém precisa responder por elas.
          
            Thatcher: mocinha ou vilã? Não estou aqui para responder esta pergunta. Mas quanto ao filme A Dama de Ferro, posso garantir-lhes que é indispensável para aqueles que gostariam de entender um pouco mais sobre a vida desta intrigante mulher, suas vitórias, seus dramas pessoais e seu punho forte ante as ameaças contra seu governo que lhe renderam este curioso e histórico apelido.

Notas finais: o filme foi vencedor do Globo de Ouro de Melhor Atriz (Drama) à Meryl Streep, dois BAFTAs: Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Maquiagem e dois Oscars: Melhor Maquiagem e Melhor Atriz, também à Meryl Streep.



Texto por Gabriel Ricardo.

3 comentários:

Unknown disse...

Muito bem escrito o texto. o mais legal foi que ele deixou tudo muito vago para reflexão de quem entende um pouco de política.

Minha opinião?
Vilã... Ela é uma destruidora de empregos e de setores econômicos tradicionalista.

Gabriel Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.